22 de dezembro de 2021

Ária da Feiticeira ⭕

Ó cereja carmim
amora
da minha carne.

Desata-me as mãos
do estame
dá-me tudo o que não arde.

Ó doce torpor ruim
licor da minha
Boca.

Doçura áspera
que apouca
ora de pérolas ora Loura.

Ora Alba no orvalho
ora ruiva
e depois Louca.

Vem tempestade
vem luz
de alumiar o destino.

E os negrumes  estilhaçados
os Demónios, os diabos
soltos pelos caminhos.

Descruza os nós do meu Sangue
e dá-me a bruma
do linho.

Ó rosa do meu
Mênstruo
onde perdeste teus espinhos?


  Fonte



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