Não quero lágrimas, muito menos pena, não quero tristezas, apenas não quero nada, quero apenas uma coisa que me faça despertar, quero uma serenata pela manhã. Quando meu corpo descer à sepultura, a única coisa que peço na despedida, que nas quatro esquinas do túmulo, estejam quatro copos de um bom vinho. Não quero lágrimas, muito menos pena, não quero tristezas, apenas não quero nada, quero apenas uma coisa que me faça despertar, quero uma serenata pela manhã. by mghorta
Um dia apercebeste que carregar o peso das amizades diárias cansa.
Cansa dos lugares que são sempre os mesmos, dos amigos que nunca crescem.
Esforçar-me em prol de outros e não receber a mesma força em troca, cansa.
Estar a esperar que o outro repare que no fim estás a pedir socorro, cansa.
Até mesmo nas coisinhas miúdas, daquelas me te despedaçam em pedaços a paciência, cansa.
Falar sempre a mesma coisa, reclamar as mesmas coisas, de fazer as mesma coisas e não obter resultados diferentes, cansa.
Quando obtemos algumas atitudes e palavras injustas porque te esforças em fazer o melhor, embora limitado 24 horas por dia, cansa.
Fingir que está tubo bem e que nada está acontecendo de errado, quando na verdade tudo está mal, cansa.
Fico cansado de até na hora que me esgoto em prol de outrem, e as pagas são os negas dos outros.
Do mesmo modo que fico cansado das pessoas ao meu redor possam pensar que afinal não sou super homem, quando na verdade sou tão fraco como um farrapo velho.
Estou que nem um jumento cansado quando carrega os fardos mal distribuídos, this way up!
Para Camões 'o Amor é um fogo que arde sem se ver. ..'
Para mim é aquele espaço que EU fecho os olhos para te beijar e quando os abro olho seu olhar fechado com um sorriso silencioso do tamanho do Universo.
É quando EU quero abrir seus botões da blusa e fico
desajeitado por não conseguir abrir, é quando EU
me esqueço do que me rodeia e meto a mão para. ..
É quando EU ouço 'pare, não pare' e Eu continuo a
ouvir meu nome abafado pelas nossas bocas coladas.
É quando EU guardo se Amor e o meu escondendo-o
de todos lá fora que nos rodeiam.
É EU te ter encontrado no meio da multidão sozinha
e amar-te quando ainda éramos desconhecidos.
É o Bogalho acelerado quando ouço seu nome,
é a lembrança dos instantes e momentos mesmo que
tão curtos sejam, são tão nossos e únicos.
É os nossos toques e nossos amassos num espaço
tão curto mas que nos aninhamos para Amar.
É ouvir sua preocupação se estou bem mesmo que
tolhido ou não e ouvir sua voz ofegante por não
querer se sentar no meu colo com medo de me magoar. ..
É dos seus gostos de beijar tão bem que nunca mais
esquecerei tão nobre carinho.
É de te encontrar nos meus sonhos toda solta e entregue
a tomar a liderança do instante e real momento nosso Amor.
Em suma,
querida e amada Pérola,
é tudo em que nos centramos 'é um Amor que arde sem se ver. ..'
Perdoe-me o atrevimento de te Amar nos nossos Outonos quando
poderíamos ter Amado nas Primaveras e Verões passados.
Pensar não dói, penso e repenso, gosto desta forma de fazer doer a alma, indo devagar e aos poucos invadindo até às entranhas, deixar que meu coração enlouqueça por momentos, devagar e devagarinho.
Pelos intervalos nem sequer pensar, sem recreio, sem pátio, não penso nem procuro qualquer pensamento, neste desespero, nesta demência, no delírio, nos desejos, criando planos para tentar chegar à meta, fazer-te na plenitude de uma certa forma dar largas ao meu ego de masculinidade.
No repensar vou sonhado estar contigo, possuir teu corpo, entranhar tua carne, ou apenas ser teu escravo secreto, teu amante, ser dominado, possuído pelos teus desejos, palmo a palmo descobrindo tuas curvas, deixar de pensar quem sou, ser somente teu. Abrir lentamente teu vestido, percebendo os arrepios de teu corpo pela suavidade de minhas mãos, desabotoar botão a botão até sentir o pulsar de teu coração. ..
Passear dedo a dedo tuas costas, contando a constelação de sinais um a um, esquadrinhar teu fecho de soutien com a língua sôfrega de tesão, aos poucos descobrindo os teus seios, degrau a degrau descobrindo as curvaturas do teu corpo, os segredos nele escondidos, até que meus lábios percebam a vastidão do teu universo corporal, sentir teus arrepios até à contração do prazer e finalmente sentir-me unicamente teu.
Por fim na selectividade dos momentos olhar tua silhueta totalmente nua, admirar todos os teus traços suados, deitar-me a teu lado e repousar minha cabeça nas dunas de teu peito, ver apenas a vastidão de teu corpo, toda a tua silhueta sem folga, sem espaços, só eu e tu envolvidos nus, num único abraço, enrolados sem espaço corporal, abraçados, deitados, colados com o silêncio do quarto simplesmente como amantes secretos que somos.
e perguntei ao tempo a razão de ter apagado tão sublimes palavrões de menino. Ele me respondeu discordando, que foi o vento o culpado, porque nele estavam escritos as minhas aventuras de menino, atrocidades amargas da minha puberdade e as loucuras da minha vida de adulto. Fecho os olhos e revejo tudo, abrindo de novo sem pestanejar, procuro de novo as letras de outrora, como que procurando saber a razão de todo o meu sofrimento. Mas ao ver e reler de novo, vi que ainda lá estavam os arranhados escritos, somente a minha leitura de hoje, razão do vento tem outros sentimentos. Fecho de novo os olhos, avivo os meus pensamentos e vejo, pecados de memória sã, outros de pecados atrozes, pela sala voam fantasmas recentes, anestesiados desejos cálidos, mossas no meu corpo deitado,
com pensamentos de Amor. Sinto na pele a macieza de tuas mãos, renego os impulsos satânicos de prazer, porque leio na sebenta meus instintos loucos, de gritar alto a qualquer momento, para te dizer que te Amo. Não foi o tempo de sopro triste, não foi as palavras mal escritas em adolescência, mas foi o vento que levou as palavras até ti, para que nelas sintas o carinho que te dedico Amor.