16 de fevereiro de 2015

Falhado.



Só por me meterem o doce na boca, e num ápice me ter sido arrancado, eu poderia conjurar contra todos os deuses. Depois de tantos anos no esquecimento, acordo para uma realidade que era um fogo intenso como que o Sol banhasse todo o meu peito, encantado como que estivesse sonhando de olhos abertos, na essência vida do que é melhor além da amizade e do Amor.

Protegido de uma certa forma pelos estranhos descupidos, observei o Sol se apagar sem que me tivesse dado um só aviso, deixando no meu peito um buraco negro que absorve a fé, alegria e  esperança do simples humano que apenas queria amar.

No epicentro do meu deserto, olho pelas ruas casais comuns de meia idade sorrindo de cumplicidade pura, fazendo jus à sua parceria de Amor, rindo do meu estado como que me estivessem de novo me mandar para o meio do Inferno real, que é a condição de falhado mais uma vez para o que de momento me parecia o Oásis da felicidade.

Sorrindo com marotice, falo baixinho e digo: 'O Sol há-de brilhar de novo...'

by mghorta


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