17 de dezembro de 2014

A carta que nunca te escrevi !



Será normal começar pelo princípio, mas correcto será escrever letra por letra, palavra seguida de palavras para descrever aquilo que talvez eu nunca tivesse dito.

Primeiro realçar a minha própria condição, a mesma em que só unicamente teve perdas, perda de tempo e noção do que teria sido se tivesse escrito mais cedo esta carta, a mesma carta que nunca te escrevi.

Faltou-me amor próprio, sobriedade e humildade para te dizer mais a meu respeito e ouvir do teu, não merecemos tamanha ausência no tempo que separou de nós o que seria... talvez mais risonho.

Quanta atrocidade na vida que me prendeu ao passado? Já passaram alguns anos e confesso que com os erros do outrora já nada tenho que recuperar, mas aprender que no futuro nada será diferente se realmente não escrevesse esta carta.

Hoje recordo-me de ti lentamente, por alguns momentos revejo-me olhando-te ao longe da mesma soleira da porta, a mesma que tantas vezes ouviu nossos murmúrios, nossos toques de dedos, nossos risos e nossas promessas.
Nada mais de especial passou, nem um beijo na testa sinal de respeito te dei, mas sabia de cor que era tua vontade e meu desejo. O respeito ecoava no ar, e por isso ainda recordo os sorrisos, que embora poucos eram lindos e são a marca que ainda recordo lentamente hoje.

O cenário mudou-se, talvez o amanha nos separe de novo, a morte ou a separação, mas nada muda o sentimento que é nosso neste momento, e com ele continuaremos seguindo o trilho que é nosso neste palco da vida sofrida.

Esta nostalgia que me amedronta, saber que não estás ao meu lado, tudo isso me leva ao encontro de novo com a carta que nunca te escrevi e devia o ter feito em tempo. A verdade porém é que nada aconteceu, não planeamos o acontecimento, não tem história o passado, mas guardei sempre o sentimento que nos unia, não sei se me odeias por nunca te ter dado a conhecer a verdade dos nossos momentos e dizer-te murmurando: 'Gosto de ti...''

Sou incapaz de te dizer alto: DESCULPA, olhar-te os olhos.
Confesso que continua difícil viver com as memórias do tempo, não consegui virar a página da história, por consequência fui buscar outro, mais outro e tantos outros livros, os li e cheguei à conclusão de todos os que li não te vi ou reconheci-te neles, foi pena não te ter escrito a carta à mais tempo.

Desculpa-me de todo o mal que sofreste, talvez se tivesses-mos partilhado o mesmo mal, seríamos mais felizes.
Por fim, peço-te que não voltes a sofrer sem me dizeres, porque tudo faria de novo para que tal não tivesse ocorrido. Está bem? Aprende-se com o tempo que uma boa amizade é melhor que a quantidade de leitura vã.

Com os erros do passado, aprendi que nunca é tarde demais ou, cedo demais para seres quem queres ser e sermos o que quisemos ser. O relógio não para, nem há quem diga por onde começar, a escolha está de nosso lado, e tu somente tu tens a chave do sucesso do futuro, e espero que olhes confiadamente para o futuro, porque é nele que existe algo para tua felicidade, encontrarás outras pessoas, outro alguém, não existe regras quanto a isso, porém sei que nunca irás ler esta carta, mas se a leres confia no final:
''Talvez um dia te encontre por aí...''

by mghorta


2 comentários:

  1. En este mes tan hermoso te deseo mucho amor
    Y abundante paz muy dentro de tu corazón.
    Un abrazo cálido !!!
    De Tu amiga
    ★∵☆.◢◣    ◢◣ . ☆∵★
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           ▼VICTORIA
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