23 de março de 2023

Matematicamente EU ❤

Um Quociente apaixonou-se

Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar 
Inumerável-mente
E viu-a, do Ápice à Base...
Uma Figura Ímpar,
Olhos Robóticos, 
Boca Trapezóide,
Corpo Ortogonal,
Seios Rombóides,
Pés Longitudinais. 

Fez da sua
Uma Vida
Paralela à Dela
Até que se encontraram
Na Infinidade.

'Quem és Tu?
(indagou ele com ânsia radical).
'Sou a Soma do quadrado dos Catetos,
mas pode chamar-me Hipotenusa.'

E de falarem descobriram que eram
O que em Aritmética,
Corresponde a Almas irmãs,
Primóides-entre-si.

E assim se Amaram
Ao Quadrado na velocidade da Luz,
Numa Sexta Potenciação,
Traçando ao sabor do momento,
E de Paixão obtusa,
Rectas,
Curvas,
Círculos,
E linhas sinusoidais.

Escandalizaram os 
Ortodoxos das Fórmulas Euclidianas,
E os Exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções 
Newtonianas e Pitagóricas,
Por fim, resolveram casar-se,
Construindo um Lar,
Mais que um Lar,
Uma Perpendicular,
Convidaram para padrinhar,
O Poliedro e a Bissectriz,
Fazendo planos,
Equações e Diagramas para o futuro,
Sonhando com uma felicidade Integral,
Como Diferencial.

Casaram-se e tiveram uma 
Secante e três Cones engraçadinhos,
Foram felizes até aquele Dia,
Em que tudo Afinal,
Virou Monotonia.

Então eis que surgiu,
O Máximo Divisor
Com um Frequentador de Círculos Concêntricos Viciosos.

Ofereceu a Ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um 
Denominador Comum.

Ele, Quociente, percebeu-se
Que com Incógnita não formava Um Todo,
Uma Unidade,
Era o Triângulo chamado Amoroso,
E desse Problema Ela era Fracção,
Mais que Ordinária.

Mas foi então que, 
Einstein descobriu a Relatividade,
E tudo era 
Expúrio passou a ser Moralidade,
Como aliás,
Em qualquer Sociedade Sumária.

FIM


by mghorta (citando o Desconhecido)



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