29 de abril de 2014

Estações da vida.


Eu poderia ter sido outra pessoa, lá isso poderia ter sido, uma pessoa onde tudo seria fácil, menos complicado, não ter saudades, escolhi caminhos diferentes, fáceis ou não, mas sempre escolhi ser eu próprio e não o que outros desejariam que eu fosse.
No entanto com o passar dos tempos revejo-me dividido entre meu coração e o futuro, pois o passado me ensinou que as coisas vãs causaram moças, as boas deixaram saudades, hoje quando me deparo como estou vivendo o presente, mais baralhado fico com as atitudes de pessoas que tomam meu pé pensando que o resto do corpo será seu.
Não sei como isso aconteceu nem sequer mesmo as razões para que tal viesse a tomar essa forma, desejaria regressar não muito atrás, apenas doze anos atrás onde tudo era claro, tudo era real e quando na realidade fui tomado por alguém que me deixa marcas irrecuperáveis, nessa pessoa depositei toda a minha confiança, todo o meu ser e  alma, amei sem limitações e sem medo, meu coração lhe pertencia.
Era feliz ao seu lado, sabia que podia tomar posse do mundo a seu lado, pegar na sua mão e caminhar sem cair, podia confiar, sentia que o amor era presente e seria duradouro.
Amava seu jeito de olhar para mim, os abraços e as suas caricias, atenções e beijos, enfim uma infinidade de coisas que eram comuns em nós, desde os sorrisos as batidas de coração, os jantares à sexta-feira, as noites que partilhamos de insónia, tudo era sintetizante de perfeitos amantes num mundo só nosso.
Mas... mas como tem sempre um mas em tudo em que se empenhamos,  uns mas bem sucedidos outros mal sucedidos, e eis que tudo se desmoronou de uma forma cruel, dura e atroz para sempre na minha pessoa.
No ano em que decido colocar ponto final, como se diz na gíria mundana, calçar as pantufas e tomar rumo certo em relação à pessoa amada, surge o acidente, a morte viva que me derruba para condição de miserável, querer fazer o que desejo e não ter mais as forças de outrora para isso fazer, na verdade só me resta as saudades, as recordações e as minhas limitações.
Eu poderia ter sido outra pessoa, lá isso poderia ter sido, mas olhando com pena para trás e de lágrimas correndo pela cara reforço e digo, repetiria tudo de novo sem medo e sempre com as características que eram minha imagem, sem medo e sempre com um pé na frente. 
Talvez nunca chegues a ler  o que escrevo, talvez te tenhas esquecido de mim em tua vida, mas as coisas que aconteceram tem as suas marcas, e tu sabe-lo muito bem.
Na minha condição humilhante, miserável e humana só me resta agradecer os momentos que vivemos outrora, amei e sabia bem o que desejaria ter feito, ficou incompleto mas numa outra encarnação estarei te esperando em qualquer estação, seja Outono, Inverno, Primavera ou Verão.

by mghorta



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