14 de outubro de 2015

Ao Acaso

O acaso é tanto como marés,
sobe e desce mediante as fazes da Lua,
tal como eu subo e desço,
vou acolá e volto numa noite clara
ou desço noutra noite escura sem luar,
tão clara como os sonhos ou planos
incertos quanto aos anos que
teimam por suceder no escuro,
parecidos como berlindes jogados
dividindo os espaços do meu peito
na inexacta incerteza da minha alma
num pantanal de saudade (me atolo)
dos momentos de felicidade,
aquela felicidade inocente e pura
ao ponto de não querer ou ver
porque razão de tanto amor
que não teria perdão,
restos que residem em mim não é por acaso,
mesmo que caminhando
subindo ou descendo no inferno do descaso,
sendo assim que todos os meus erros
na maioria causados por atrasos
em chegar tarde às partidas,
chegando aos velórios das histórias 
sempre no tempo devido,
dado e ponto assente que tudo morre,
ficando por fim a memória nas cinzas ao acaso.


by mghorta


De Homem

11 de outubro de 2015

Passado.


Preocupo-me com coisas do passado,
escrevo a realidade sem tom de poema,
ou que dos escritos renascessem folhas de vida,
com o castanho singular do súbito Outono.
Sobreponho no terreno a linguagem,
tiro palavras dentro do que penso,
exalo o sentido de aquilo que faço,
como que elas pudessem ainda viver,
tal como peixes verbais no aquário do ser.
Verdade das palavras não nascem ao acaso,
nem com elas vem o peso da matéria,
quanto muito, descem ao nível dos sentimentos,
bebendo também o mesmo sangue
com que se faz viver as emoções.
servindo de alimento a outros que as lêem
como que se nelas estivesse toda a verdade.
Vejo-as caírem-me das mãos como areias,
tento apanhar fragmentos do tempo,
da vida que se perdeu nos momentos que fomos,
vou atrás deles mergulhando nos fundos 
movediços a que se dá pelo nome memória.
Será isso poema?
É então que surges,
teu corpo confunde-se com as palavras,
descreve-se em tons de poesia que te descrevem,
serpenteando as letras do verso.
Retirando-te do palco da estrofe,
chamo pelo teu nome sussurrando com medo,
apenas ouço o vento pelas ranhuras das portas e janelas,
sibilantizando  frases e prosas,
por entre recordações inúteis
que me separam de ti.

by mghorta



Indomável.


O investigador por fim,
cansou de procurar e investigar
nos corações delas,
tinham tanto de belas e frias,
distantes e matadoras,
parecidas com aquela
que o matou sem apertar gatilho,
fosse na noite escura
ou no descampado do dia,
é hoje um morto
parecido como um maltrapilho,
baleado no peito
vai observando belas meninas,
as mesmas que passaram pela sua vida,
aquelas que deixaram marcas,
marcas de nunca o ter amado,
pois seu coração massacrado
não por aquela mulher
mas pelas ausências que ela causou,
enfim... aquela mulher
com olhos cores de céu
pois o reflexo dele estavam neles,
pois era o céu que ditava a cor
do amor estampado nos olhos em dias claros
em que só o cheiro mostrava
a verdade do sentido de ser amado
por um amor indomável.

by mghorta


4 de outubro de 2015

Prelúdio de Amar.




És como folhas rubras,

tal como árvore outonal,
que tens presa nos teus lábios,
marcados por mordidas,
trincas o luar,
beijos fogosos e sedentos,
num prelúdio de amar.

by mghorta  (citando mamas à Solta)








Para que Sofrer?

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Hoje é Domingo,
de novo mês e eu sou novo eu,
terminado o Verão, chegou o Outono,
com este veio o cheiro da solidão.

Por onde andei todo este tempo,
o que fiz em prol de mim?
Que histórias terei para contar!

Apenas sei que existi,
sem alegrias e com dores,
decidir o que vai ser no futuro,
sobre por onde passarei ou o que farei,
aí vai ser preciso ter coragem para decidir.

Em face dos avanços e recuos,
me perco, me reencontro,
me desfaço ou invento,
circulo sem motivação,
afinal de contas o que vou querer!

Confuso, louco,
sou tanto paixão como frustração,
dasss como ser feliz além de trabalho,
dá em loucura.

Fiz e sinto a sensação que nada fiz,
silêncios e mudez em meu redor, 
não vou querer mais,
olho-me e vejo-me abandonado,
recuos sem volta e não sei para onde vou.

Forças para ir com o vento,
não morra em mim o desejo de voar,
sou ciclo intermitente,
fica a vontade de recomeçar,
sejam quantas vezes eu precisar.


by mghorta


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