4 da manhã ▫▫▫

Bebo meu chá

Linguajando açúcar
Noto a chuva lá fora
E o sussurrar das paredes
Nelas procuro conselhos
Sua mudez nem respondem
Dei e fiz o melhor que sei
Talvez nem tudo bem feito
Me expus para alguéns
Que não temeu minhas tristezas
Sinto-me vazio sem conteúdos
Quando troco olhares não correspondidos
Choro em silêncio sem pudor
Vomito no papel sempre que recuo
Aqueles sorrisos disfarçados
Não me convenceram de melhorias
Alegrias mascaradas em exagero
Exposta não valem meus minutos de atenção
Nutro admiração
Por aqueles que brilham sem cobrar
Que me sorriem sem esforço
Me agradecem por ser tão natural
Por mais um dia que se vejamos
Mas desconfio no entanto
Que o choro é motivo de risota
Os risos com aplausos
Mesmo que não sejam verdadeiros
Dou graças aos meus amigos
Sobram dedos quando os numero
Faltam tempos para esses números
Como antes de tanto conversar
Trocar estórias e anedotas
Às mesas de tabernas. ..
A noite se estende
Com frustração no coração
Pelas paredes me ouvirem
Nem respondem à minha apelação
Sessenta e sete Outonos
Só me assusto em tirar a máscara
Somente aqui eu e quatro paredes
Lá fora a chuva miúda
Para me digerir as dores do desalento
Também qualquer omissão de assunto
Não prevendo outro tempo
Das almas que amparei
Lá atrás em outros tempos
Hoje mais que nunca esquecidas
Para um sempre talvez! 

by mghorta

Rima Emparelhada.

Se tu e eu fossemos versos,

faríamos uma rima emparelhada...

Teríamos tudo em comum até no endereço,

partilharíamos os dois a mesma morada...

Ouço a chuva e os ventos soprar,

tão intensos rimando e adversos...

Até que tu adormeces de conchinha

abraçada e sossegada a mim...

Mirando-te durante teu sono,

esperando que a noite se finde...

Acaricio-te os teus cabelos

chuviscados pela chuva miudinha...

Desde a tenra noite 

até que nasça a madrugada...

Tudo isto apenas numa rima

rimada versada ou emparelhada... 

by mghorta 

Curriculum❕❕❕

 Curriculum! 

Perdão, 

sou uma criatura incivilizada 

mas com um bom coração.

Posso ter lacunas parecendo besta,

por vezes perco as estribeiras à mesa,

mas querem anotar uma coisa,

duvido que alguma vez isso aconteça.

Tenho aspecto rude,

muito mau perder,

acompanhado com mau feitio,

no entanto não sei o reconhecer!

Tenho o meu orgulho

mas nunca fui orgulhoso,

podia até ser egoísta

mas gosto mais ser altruísta,

com uns momentos pretensiosos

mas não com veia de vigarista.

Infiel não sou pelos motivos

óbvios de não ter veia para trair,

mas poderia até querer ser Vilão

mas é um papel que não me assenta.

De bruto nada tenho

mas perco daí alguns prazeres,

porque sinto a necessidade

de não agradar a todos

mas sim a quem eu mais gosto.

Posso vos parecer um inútil

se calhar até mais um parasita,

no entanto esforço-me por ser sério

um reles poeta mas muito artista.

by mghorta 

Destinos!

Amiga da minha vida
aqui e até à eternidade,
os destinos foram traçados 
desde a maternidade.

Amizade cruel e desenfreada
por mais rosas roubadas
para desculpar mentiras
minhas mal desculpadas.

Exagero ou não
jogo-me aos teus pés,
deste exagero eu gosto
desta amizade arrojada!

Não mais vou respirar
sem que tu o notes,
morrerei até de fome
caso não nos vejamos à noite.

Por ti largarei tudo,
pedindo, roubando,
fazendo banalidades,
ou tudo ou não peço mais.

Exagero ou não
jogo-me aos teus pés,
deste exagero eu gosto
desta amizade arrojada!

by mghorta  (citando Cazuza)

Vinhas da Ira.

Vinhas lindas

Vinhas de alhos

Vinhas até em latadas

Mas por mais que eu te paparicasse

Não te Vinhas nem por nada. ..

Soneto molhado!

Ambiente iluminado por velas

ténue escuridão nossos olhos brilhavam

nossos corpos nus e incendiados

impressão causadas pelas chamas. ..

Começámos o jogo da caça ao tesouro

mãos levemente percorrendo os dorsos

causando inebriante ambiente de tesão

trazendo às mentes um novo estágio. ..

Olhares ardendo com desejos

bocas semifechadas umedecidas 

teu corpo em meus braços aninhado. ..

Rolando pelas águas fervilhantes

desprezando este mundo vilão

nossas almas somente vivas

para nosso amor e nosso tesão. .. 

by mghorta 

Meus amigos. ..

Meus amigos. ..

. .. terminei mais um mês de Agosto, aqueles meses que me levam ao interior mais baixo de minha condição humana, vou iniciar o Setembro com um texto que não pretendo que seja poético nem subjectivo!

Apenas um texto concreto e sucinto sobre mim que não passei o mês transacto de ânimo leve embora me mostre o lado mais incorrigível que sou tanto de louco, extrovertido, romântico e até amoroso.

Falamos de mim Martinho Horta, um apaixonado pela vida, por amigos, por causas e alguns projectos dado à minha condição tão humilde como pobre.

Quanto mais coisas descubro de mim, sobre quem sou e meus gestos, mais inspirado me sinto a descrever meu lado nobre e meus actos do que tenho feito até hoje e até um amanhã que vala a pena e eu assim consiga me manter são saudável e cumpridor à aquilo que me proponho.

Não sou um super homem, não sou tão tenaz nem fibroso como os heróis da banda desenhada, no entanto luto, tenho valores, coragem, valentia, garra, carisma e respeito para continuar a ser quem sou.

Sou ainda um melindroso, cauteloso e indecifrável, nestas condições peço as minhas sinceras desculpas aos que me de uma forma ou outra me ajudaram e sem eu querer não vos tenho agradecido da melhor forma que eu pretenderia.

Já vivi sem tecto, duras realidades, já ponderei termos finais, já precisei de quem me virou as costas, no entanto nunca baixei as guardas, mantenho-me vivo e dou a cara e assim me manterei se vocês meu amigos me ajudarem atravessar a mais triste experiência em que vivo desde o Agosto de 2003, foi nele que tudo ruiu quando eu mais queria me manter vivo e levar de vencida toda a minha condição humana e fiel aos princípios que meus progenitores me deram.

Aproveito para dizer, valorizo a saúde e os afectos que os amigos verdadeiros me dão em detrimento de uma conta choruda em qualquer banco.

Termino dizendo ''aproveito a minha Vida apesar de ser imperfeito'' e mais não preciso acrescentar.

by mghorta