8 de fevereiro de 2015

Fulano & Beltrano.

Não quero nem pensar que um dia vai haver um momento em que aqui vou retornar, ler estas minhas palavras de novo e pensar que tudo foi mero passado, não dei o verdadeiro valor que deveria ter dado ao que escrevo, ao que soletro, ao que faço, às coisas que devia ter feito e não fiz devidamente. 

Também não irei gostar de achar que não fui importante e insubstituível para alguém, por somente um momento, não tenho pretensão falsa, mas sei que muitos no passado me amaram em demasia, tinham uma séria admiração por mim, não quero dar motivos para que me venham odiar em qualquer circunstância, como também não irei gostar que venham sentir a minha falta, pelo contrário irei gostar que esses momentos fossem lembrados pelo que significou... bons momentos!

Não quero gostar de passar por este estado de passagem em vida sem dizer o quanto gostei de alguém e admirei, o que me fizeram falta e o que me iria doer se me afastar deles, de modo algum quero os ver longe de tudo a que me toca, iria também odiar se isso viesse por algum motivo acontecer, não sou leviano quando digo que os amei bem como tive admiração séria por eles.

Desta forma quero viver cada dia como se fosse o ultimo, cada momento, cada hora ou minuto como especial, dar o devido valor pelo que fomos e somos agora no presente.

Não vou deixar de ser o mesmo de sempre, sorrindo, dando piadas de vez enquanto, mesmo que por dentro tenha uma forte dor e aperto por não poder me expressar por completo, como não quero gostar que  esqueçam do extrovertido que sempre fui.

Quero que lembrem as piadas e risos em altos sons que eu proporcionei a cada momento, das loucuras saudáveis e das parvoíces a que sujeitei aos que me rodearam e me amaram.

Por fim quero que se lembrem do Fulano que com a bela idade de 59 anos ter sido muito louco naquilo que se dedicou, o tal Beltrano que nunca quis se arrepender de aquilo que fez, porque todas as coisas praticadas, aventuras ou desventuras o fizeram muito feliz.

Saibam que o homem que cresceu e partirá, sempre com a mesma alegria da adolescência louca permanentemente dentro dele, por qualquer modo nunca se arrependeu de ter sido diferente de todos, pois é a diferença que faz de mim único e louco fabulástico.

Assim um dia lerei estas palavras de novo, vou ter orgulho em tudo que fui, em tudo o que fiz, bem como todas as marcas que deixei , que deixo enquanto vivo.

Não descriminando alguém, é esta a mensagem que deixo a todas, a todos que gostam ou não gostaram de  mim!

by mghorta


5 de fevereiro de 2015

Verdadeira Amizade.



Amizade não é somente uma palavra, é mais que uma simples união, é mais que um sonho, ultrapassa a linha da realidade, é um elo de confiança, é um rio de sentimento, é um campo de batalha para se defender, é proteger nosso amigo/a, é o querer mais e mais, é mais do simplesmente estar, é olhar para lá do olhar límpido do nosso interlocutor, é enxergar para lá do impossível, é mais do que posso transmitir, é maior que tudo à base de uma verdadeira amizade, é suportar as dores e confortar, é cumplicidade, desta forma nunca estarei só nem tu amiga/o.

Quando pelo simples Olá surgiste na minha página, pensei que tudo seria fugaz e logo se esfumasse como fumo de um cigarro em café quezilento, que fosse uma travessia internauta e de seguida saísses do horizonte como uma nuvem passageira, como que o comboio lá longe te viu partir, enfim uma enormidade de coisas que poderíamos pensar que seria...

Serena/o ficaste em meu espaço, e porque não nos meus espaços e com toda a serenidade percorres as minhas letras, nelas ficas tentada/o a escrever algo ou até acrescentar mais um Olá, mas não o fazes porque a tua serenidade interior é tanta que não cabe no peito, queres a desbravar pelo espaço e gritar com fúria e continuadamente proferires mais que um simples Olá, correr com gana e dizer sem pudor o que der na gana sobre a amizade que criamos em redor do olhar, pelas letras escritas com a simplicidade de meninos, mimados mas marotos na cumplicidade de quem quer se estimar, porque amizade verdadeira é isso, é querer e ao mesmo tempo não querer, é prosseguir e de alguma forma deixar de andar, é ouvir e até ser surdo, é ser mudo e guardar como que fosse cofre dos acontecimentos que a nossa condição adulta conhece e depois saber que dentro de nós existe a meninice e romantice de saber conter no peito as dores que tudo isso acarreta com a verdadeira amizade que tornou o nosso simples Olá e o cruzar de olhares que tivemos.

Tem gente que até pode ironizar com a simples amizade que temos, não como aquelas amizades coloridas que nasce, acaba de forma querendo o que não devemos querer, termina quando se transpõe o impossível e passa ao estado de desejar não o dedo mas todo o corpo, isso não é amizade, ultrapassa os sentidos do humano e deixa de ser o que sinto e quero continuar a ter quanto à nossa singela, pura e livre amizade de amar como amiga/o e não como os olhos que nos querem culpar de algo sem sentido.

Em suma, a amizade sincera é aquela que supera todas as crises, os fracassos de um e do outro num simples culminar de um beijo, um aperto de mão ou um forte abraço, é aquela que encaramos de uma forma ordeira, plena e olhamos os problemas de cara a cara, olho no olho.

Amizade confiante naquilo que fizemos, que proferimos em instantes e momentos que consensualizamos aqui ou acolá, na alegria ou na dor, nas amarguras ou até mesmo no Amor.

Não temos falsidade, qualquer interesse que vá além dos limites, sabemos o nosso lugar e tudo fazemos em prol como que se nada houvesse.

Amizade que criamos é duradoura, é como que a palavra do verbo que é eterno, é para toda a Vida dentro do respeito mutuo que queremos ter um pelo o outro/a, como que se fosse assim eternamente.

Terminando eu te digo em verdade hoje, que como amigo/a te digo em voz alta, mais vale a amizade sentida do que aquela que se torna representada, ou seja como se diz na gíria: 'prefiro cair em graça do que ser engraçadinho'.

by mghorta


Aromas sexuados.




Banho a dois, águas quentes,
impetuosidade de emoções,
onde cada ponto erogeno
concentração de nossos dedos,
lábios a lábios, toque a toque...

Pairando no ar odores sexuados,
extraídos de nossos corpos,
misturando-se essências naturais,
dos cómodos cautelosos gestos,
culminando nos actos carnais...

Banho a dois, águas quentes,
sonhos realizados,
satisfação de corpos,
pairando somente pelos ares
o erotismo e aromas sexuados.

by mghorta   
(Aromas Sexuados)



Se eu soubesse...





... que serias tu a preferida, se eu te visse entrar pela porta eu te abraçaria forte e viveríamos os momentos como se fosse o ultimo dia, sem mistério ou qualquer fantasia.

Se eu soubesse que seria a ultima vez que te veria, fechava as portas a três cadeados e jogaria para bem longe as chaves do nosso segredo.

Se eu soubesse que seria a ultima vez que nos sentámos à mesa e trocar nossos olhares cúmplices de pecado, guardaria em tesouro todos os toques que trocamos, todos os beijos que beijamos, todos os amassos, todos os gestos, todos os sorrisos, todas as vozes, para que um dia escrevesse poesia de momentos nossos, e em dias de silêncio reler toda a nossa vivência.

Se eu soubesse que seria a ultima paisagem que vimos, eu tirava mais imagens do horizonte, teríamos o Sol como testemunha e guardaria para sempre no coração a leveza de teu corpo para que mais tarde recordasse que o amor que sentimos era pura magia.

Se eu soubesse que os beijos molhados que trocamos na despedida seriam os últimos, eu os guardaria em lenço perfumado para sempre no nosso tesouro para que um dia recordasse que nada foi mentira.

Se soubesse que nosso encontro num verão quente e suado, os sussurros que trocamos e promessas de um outro encontro fosse o último, eu te prenderia junto ao meu corpo para que não fosses mas que ficássemos a viver os momentos sem mistério, sem fantasia e acreditar que o Amor é uma carta fechada e soletrar um dia que tudo aconteceu foi  verdade e não mentira.

by mghorta


4 de fevereiro de 2015

Memórias.



Mala de Viagem.



No canto da mala,
arrumei a tristeza,
tinha por companhia ilusões,
bem como um bom par desilusões,
como também agruras da vida,
para que não me lembrasse mais,
do mal que me fizeram fechei a mala.

Dos sonhos fiz um livro,
pequeno para caber no bolso,
para que andasse sempre à mão,
para que por acaso viessem a realizar,
deixando se ser mera fantasia.

Na mala de viagem ainda tinha espaço,
com isto coloquei lá as saudades,
o vazio da solidão,
momentos deixados por alguém,
alguém que me foi querida.

Restou a esperança,
entre os sonhos e realidade,
como que por magia surgiu,
eis que se vislumbrou no horizonte,
alguém com que o sonho existisse,
arrumei-a com cuidado,
para não machucar,
juntei as promessas,
misturei-a com as mentiras,
coloquei-a num saco e deitei fora.

A mala tenho por companhia,
sentado fico na esperança,
de que um dia abra a mala de novo,
quando cansar de folhear o livro de bolso,
faço contas à vida,
com o que joguei fora,
resta metade da mala,
sonhos e realidade virão,
para um dia me complementar e deixar de sonhar.


by mghorta      (Mala de Viagem)
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