Deixarei a cama como a deixámos,
desfeita rasgada e lençóis emaranhados,
a fim de que a forma dos corpos fiquem
perdurando os nossos lados amados.
De manhã não irei ao banho,
não usarei outras roupas novas,
muito menos me pentearei para perdurar
a memória de teus dedos entrelaçados,
com receio de apagar vestígios de tuas carícias.
Porém nem sequer irei comer algo,
nem logo à noite.
Nem vermelho nos lábios, nem pó nas faces,
para que seus beijos não se desvaneçam.
Deixarei as portas encerradas e não abrirei
por uns dias com receio que os momentos
vividos e suas lembranças fujam com o Vento.
[O presente é tão vivo]
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