É sempre uma dor acordar
depois de um torpor de um dia amado
o bastante que me alimenta vertentes do sentir,
embora me resuma eloquência do escrever
para acalentar os arrepios da minha pele!
São brutais estes sentimentos
que reverberam até aos confins de um escrever
quase molhando o rosto de ausências aquelas
que todas as manhãs me fazem te recordar.
O desejo pungente de querer-te mais hoje que ontem,
o querer mais além do que o simples desejo de possuir
impossível discernir lucidamente este modo
do aquilo tão meu querer aprofundando-me
no fulgor atroz que me trespassa que adentra
minhas ocorrências deste meu amar sem me
coibir de o registar para memória futura. ..
Povoando minhas incertezas,
não tenho como fugir desta solidão,
traz-me dores no meu coração,
tornando-me pedaços de momentos,
onde meu corpo reclama o teu,
em que minha morada em tua alma
seja minha habitação apesar da lonjura. ..
Embora e perante o sábio Tempo,
que em nada cura todos os nossos aiiiisssss. ..
Brutal e atroz é esta espera,
extremo sentir que nem o Tempo encurta!
Brutal é o teclar em que a poesia pousa,
dando largas à sangria de tantas divagações
no percurso do nosso prosseguir,
transbordando-me em obscuros cantos
onde o medo da solidão me invade
querendo que meu querer seja curto
negando assim o tão malfadado Tempo!
by mghorta