Por vezes sinto-me como um comboio com carruagens vazias, outras vezes cheias de sonhos e ilusões bem como choros silenciosos, rodando na linha recta em que algumas vezes com destino e outras vezes sem parar nas estações, tal como uma folha de papel em branco em que nada dá para escrever, ou até mesmo um copo vazio sem fundo.
Mas se eu for parar parta pensar, sou apenas um corpo de massa formado por átomos deste Universo criado sem propósito, sem destino, apenas mero acaso de um orgasmo lá bem atrás nos anos 50.
Procuro a razão da minha existência nos momentos e sentimentos vividos, mas quando apelo para os sentimentos, abro as mãos e nada vejo para ter algo em troca. ..
Como por exemplo, o mero amor de que tanto se fala.
Regra geral, para amar terei que estar sujeito a sofrer, sofrer consequências óbvias dos actos e do passado onde por qualquer motivo o descarrilamento provável interrompeu o trajecto do comboio que sonhei um dia apanhar.
No entanto, sofrer faz parte do sofrimento e com ele a tristeza.
Poderei talvez não querer isso para mim, acho que seria preferível ser dependente disso e quem sabe, parar de viver!
Desta modo acho que a fórmula e o jeito é me conformar, a vida é assim, nasce-se, cresce-se, reproduz-se e no fim morre-se e com o tempo, ninguém mais saberá que eu um dia vivi aqui na terra e com toda a realidade junto de tanta coisa que existia somente nos sonhos de uma mente sequiosa de momentos e sentimentos de altos e baixos.
Por fim, qual o propósito da Vida?
Não sei. ..
Talvez não tenha qualquer propósito, ou talvez não tivesses criado a minha própria razão de viver.
by mghorta