8 de maio de 2015

Folheio tuas Fotos!


Estou...
incessantemente revendo tuas fotos,
não encontro motivos para o deixar fazer,
tento as vestir com cores,
as quais procuro em jardins floridos.

Cansei...

porque a saudade é mordaz,
nós de garganta e pulsos cerrados,
em cada rosto transeunte da rua,
imagino-te sorrindo para mim.

Por fim...

viajo no mundo sem destino,
carrego o peso de momentos,
folheio tuas fotos,
em tons de saudade per-mutante.

by mghorta  (escrito em 12/12/2013)


Sombras do Passado...




... é o que resta de mim,

não posso fugir do real,
sinto medo quando me revejo,
preciso hoje de um ombro,
queria tanto partilhar minhas sombras.

Minha irreverência continua presente,
as sombras me perseguem,
por mais que fuja das mesmas,
mais me incompleto,
ouço murmúrios de dores,
o infinito mistério me confunde,
a noite reforça maldosamente meu passado,
no silêncio recordo momentos,
são revelados profundos segredos,
transformam meus sonhos em pecado.
não adianta fugir para longe,
elas me perseguem ferozmente,
fazendo-me regressar ao passado.

by mghorta  (escrito em Março 2014)



Detalhes...


Não adianta nem tentar me esquecer,
durante muito tempo em sua Vida eu vou viver.

Detalhes tão pequenos de nós dois,
são coisa muito grandes para esquecer
e a toda hora vão estar presentes,
você vai ver...





Amarras


.

Escreveram os poetas em tempos remotos que a vida é a arte dos encontros, no entanto não contavam também que nos entre-tantos haveriam muitos desencontros.
Falando por mim e por ti, somos motivos de tantos desencontros, não te tenho encontrado mas não deixo de ler e reler teus apelos chamando por mim minha querida.
Mas nada é por acaso, motivos de sobra existem em nossos desencontros, os teus e os meus são amarras que nos estorvam e sabes bem que tanto eu quero que os laços intermitentes a existência presa que os momentos soltos de nossos encontros são de sobra magistrais  para que possamos suscitar, aaaiiiiiiiiii Amor por onde andas que não te encontro?
Na certeza porém, eu sei que te amo e sei também que tu me amas, somos livres nos laços que nos uniu momentaneamente e disso temos a certeza de quando nos nossos desencontros mais fortalece a vontade de quando voltarmos ao encontro vamos extravasar as nossas loucuras, soltar os impulsos que nos une e matar a solidão envoltos em abraços e caricias sem fim e soltar os aiiiii'ssss não de tristeza mas de muito prazer e gozo em que os nossos corpos serão o mote circunstancial dos amantes.
Ai Amor, até breve encontro!

by mghorta  (Ai Amor, até breve.)




De Preto e branco

7 de maio de 2015

Abraça-me.


No teu abraço ouço o vento que emana da tua pele, nele sinto o nascer do Sol do intenso calor dos nossos corpos, na fragrância de teu perfume existe a força de um relâmpago feliz, nos frutos que foram colhidos na palidez de teu rosto, em que os caminhos cruzados nos levam a morder para provar o sabor que tem a carne incandescente dos nossos abraços.

No teu abraço visto o meu corpo no teu, para eu em ti possa buscar o sentido do sentidos, o verdadeiro sentido que a Vida nos proporciona.

Abraça-me, porque com ele quero morrer te sentindo tu em mim, amarrado espevitadamente de Amor, nele bebo a água de teus beijos, para que possa levar comigo a memória e a saudade, só essa água fará reconhecer o mais infinito, o mais intenso Amor do universo, e quero dele ficar a saber entre os astros, as estrelas mais brilhantes que eternizam os céus para os amantes.

Abraça-me por favor, nem que seja só mais uma vez, uma vez para que eu saiba se realmente tu existes.

by mghorta


Cacos da Sociedade.




"Não é Oriental o fascínio pela jogatina vaidosa na disputa das mais inseguras ilusões, sempre ameaçadas por solidões desgastantes, sempre vivendo ansiedades competitivas, vazias, ocas, e, por fim, descartáveis.

Não é Oriental essa encenação do gosto imediato pelo consumo das futilidades, de costume governado por fetiches. Esse teatro onde todos são meros objetos de todos. Onde os corpos são somente coisas, montes de carne retalhados, assustados, esfomeados e antropófagos, esses medrosos bonecos de carne. Isso não é nada Oriental.

Não vêm do Oriente essas imaturas necessidades de afirmação que são filhas do medo e da baixa estima. Esse espectáculo tragicómico, reprimido, carente e canibal, infantilizado e covarde, circo ridículo de engolidores de porra, beatos em suas devoções ao falo fedido do macho patriarcal, mundo superficial e farsesco, esse mundo das vidas exibidas nos açougues do mercado modelo das tortas avenidas da cidade gay.

Cidade em que predomina a vida virtual, desindividualização, com a vida real consumida numa fogueira de vaidades mascaradas. Cidade onde a imagem da vida consumida se mostra através de labirintos de espelhos fragmentados em mil cacos, no que ninguém se enxerga e todos vivem posturas, gestos e gostos programados, seduzidos pelo poder dos cacetes e, tantas vezes, ansiosos por duras cacetadas. Terra de escravos do desejo que sequer sabem ou sentem ao certo e com segurança o que desejam. Terra onde ninguém é alguém. E todos vivem posando de pobres coitados.

Cidade onde todos acordam e vão dormir sempre com a mesma fome que nunca conseguem saciar. Onde todos sempre procuram e jamais encontram o que procuram, porque, perdidos de si mesmos, não conseguem jamais sentir o que desejam encontrar e, os que encontram, descartam o que encontraram, viciados na procura eterna, vitimados por suas permanentes desatinações e infelicidades, com rancor da vida que sentem como que condenados a viver, enquanto macaqueiam suas risadinhas histéricas, mediadas por suas dissimulações.

Terra onde a história que se vive é uma história de desgastes, descartes e perdas. Onde tudo é sempre nada, porque é sempre o que vai embora e o que foi, sendo obra de identidades que anseiam se desconstruir, na medida de seus desagrados consigo mesmas. Nesse império de tanto auto-desagrado, jamais se busca uma realidade que enriqueça a realidade que se vive. Jamais se pretende um percurso de vida empenhado na valorização da existência pelo auto-conhecimento. E, assim sendo, tudo se torna mero circo promíscuo e tanático, onde energias se consomem, como se a existência se resumisse a ser um exibido e vulgar baile de máscaras. Terra onde tudo não passa de uma triste ânsia da morte do que acontece, pois nada se vive, senão o usufruto de uma vida virtual, em que sujeitos tornam-se objectos uns dos outros, em suas existências emocionais aprisionadas na infância e, quando além dessa infantilização, contidas numa insegura adolescência eterna.

Perversa cidade de acovardados e abandalhados peter-pans, que, invertidos na consciência de suas realidades, vivem o frisson de se imaginarem astutos. Império da noite eterna, onde poucos se salvam. E os que não se salvam permanecem cegos pela escuridão dessa noite, vagando de pica em pica ou de bunda em bunda, sempre desconstruindo suas histórias de vida, guiados por desgostos consigo mesmos, sempre morrendo ou matando a cada encontro, no triste e contínuo velório da cidade em que habitam.

Não é Oriental, esse império dos sentidos centrado na genitália e na analidade. Nada disso tem a ver com a elegância da harmonia do Tao, com a ordem criadora do Confucionismo, com a alegria revitalizadora do Xintô, com a tranquilidade do Budismo, muito menos com o prazer do Tantra hinduísta. E, se posturas, gestos, procedimentos semelhantes, hoje, tb, ocorrem na sociedade oriental, se dão como resultado da ocidentalização do Oriente, fruto da decadência dos mais significativos valores da história cultural das sociedades orientais.

Assim como essas posturas, gestos e procedimentos ocidentais são expressões de decadência dos mais iluminados valores da história cultural do Ocidente. (Vale observar que tais decadentismos culturais do consumismo dos corpos, no presente estágio histórico neo-liberal da economia das relações interpessoais, não acontecem de modo tão diverso na dita cidade hétero, ainda que seus habitantes adequados compartilhem do mando e do desmando do agitado e arrogante mercado falocrata do sexo, na grande Polis, todos os dias e todas as noites vagando tensos e acelerados de pica em vagina ou de vagina em pica, com todos os lugares de vivência, trabalho e lazer para eles, com o mundo inteiro para eles, assim, nos seus modos, despidos da necessidade agravante e desfeliz dos guetos que tanto deformam e oprimem ainda mais a vida conforme desvivida na cidade gay.)

Decadentismos que precisam ser superados, a favor da predominância de renovados valores significativos que tenham como norte criador o afeto, a felicidade, o prazer da vida viva nas relações interpessoais, no interior do ecossistema social do quotidiano planetário, sem nos importarmos com as semelhanças ou diferenças de raça, etnia, religião ou sexo, na liberdade de aproximação e união afetiva dos indivíduos. "




Sodomia segundo Goia

Cacos!


'' Quanta saudade mora entre um amor e outro,
quanto de nós perdemos quando decidimos partir,
quanto tempo demora a cura de um coração ferido,
quanta força e vontade precisamos para colar os cacos da Vida''?

by mghorta  (Cacos da Vida)


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