25 de fevereiro de 2015

Um dó li tá...




Na encruzilhada da vida,
acordei sobressaltado,
desatentadamente aflito,
em sonhos vislumbrado caminhos,
como que promessas felizes,
peguei num lápis e rabisquei no papel,
fiz um mapa com trajectos na vida,
pormenorizadamente os altos,
afanosamente os baixos,
acidentalmente os erros,
para de novo não cair neles,
quedando-me por gostar,
de novo erguer-me feliz,
escolhendo pela vida
novo trilho percorrer,
só ou acompanhado,
cantarei um dó li tá.

by mghorta


Farrapos.



Como casa destelhada,
é a minha alma nua,
por companhia a tristeza,
guarida de farrapos,
na tentativa de sacudir pó,
varrendo a solidão,
perspectivando o Sol,
para deixar entrar o sonho,
da paixão e voltar amar.

by mghorta


Cavalheirismo.




Ela apareceu tal como ele esperava,
cabelos soltos borrifados pela chuva,
encantadora-mente vestida de preto,
fazendo bater mal da cabeça qualquer homem,
ele esperava por aquele encontro à muito,
sentido-se o homem mais feliz do mundo,
ambos conversaram horas sobre amizade,
nervosismo era tanto que ambos olharam-se,
foram momentos curtos mas belos,
conversaram sobre tudo e sobre nada,
trocaram olhares e sorrisos,
foi tudo tão intenso que o tempo passou,
um dia maravilhoso e tão incrível,
que demorou tanto a chegar e passou rápido,
que quando ele deu conta, ela disse que partia,
ele não queria que ela partisse logo,
tinha medo de não mais a voltar a ver,
mas ela garantiu pelo seu sorriso que voltaria,
o mundo parou no momento que cumprimentaram-se,
despedida cavalheiresca com um beijo na mão,
assim ela partiu sem olhar para trás,
mas deixou a certeza de uma amizade perfeita.

by mghorta


Pássaros feridos.

Feridos e sozinhos,
escondidos e iludidos,
asas quebradas no ninho,
pelas dores do coração,
tristes e sem sonhos,
na imensa solidão,
prisioneiros sem beleza,
imperfeitos e errantes,
distantes e magoados,
rastejando pelo chão,
perdidos no tempo,
sem vida e sofridos,
banidos e sem abrigo,
odiados sem razão,
somos pássaros sem amigos,
mortos e em extinção.


by mghorta 


17 de fevereiro de 2015

Parar.



Como tudo tem começo, criação, vida e morte, assim vai acontecer a este espaço, vou parar de escrever até que ideias, retroflexão de tudo o que tenho escrito não tenha qualquer significado ou direcção, se tal não e se chegar a essa triste e abismal conclusão, não mais irei voltar a escrever.


Submerso.

Estou sozinho, perdido na minha solidão,
relembrando pensamentos que me derrubaram,
nossa amizade foi uma ilusão, apenas ilusão,
meu peito dói, dores e angustias preenchem meu coração.

Perdi várias ideias para tentar resgatar nossa amizade,
sem ela fico submerso num oceano vago de dor,
este sentimento está em mim e não o quero sempre,
desejava retroceder mas teima ficar na minha mente.

Minha alma que outrora tinha carinho e atenção,
agora está submerso triste e cheia de solidão.

As águas que preenchem o vasto oceano,
são lágrimas de meus olhos com dor,
desejava secar todo aquele mal-entendido,
que cometemos na solidão daquela noite,
e voltar a dizer bem alto de novo, OLÁ AMIZADE.

by mghorta


16 de fevereiro de 2015

Tem coisas...



Tem tempestades.
Tem coisas sem retrocesso.
Tem coisas anunciadas.
Tem coisas que desejamos.
Tem coisas que queremos ver.
Tem coisas escondidas.
Tem coisas que se mostram.
Tem gotas transbordadas em copos.
Tem situações que nos apertam.
Tem mal-entendidos.
Tem silêncios mudos.
Tem palavras silenciadas.
Tem uma morte anunciada.

by mghorta




De mixordiapoetica
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