18 de janeiro de 2015

Sonhos.



Sonho é magia,
sonho é mais que um momento,
é dor e alegria,
é ter esperança que o vento,
mude de rumos um dia.

É pensar alto falando
para dentro do nosso peito,
guardar os sonhos, para quando
a sorte nos der um jeito.

Sonhando a dor é mais leve,
ao sonho entrega a vida,
para alguma coisa serve,
o sonho da alma ferida.

(Anónimo)


Seduz-me !



Imagens rebeldes na minha mente,
que a saudade amansa,
imagino-te descabida e nua,
feitiço tipo Eva no Paraíso,
enrolas-te nos meus pensamentos,
tronco nu com emoções edénicas,
sem temor e malvadez.

Desejo somente encaixar teu ser,
fundir meus intuitos nos teus,
sentir tua pele serpenteada,
como que Eva no fruto proibido,
a razão de eu ser um simples condenado.

Açoita-me, arranha-me e seduz-me,
sou ser pecador, sou homem,
serve-te deste vinho agridoce,
no altar profanado,
és e sou um pecado com arte.

by mghorta    (Pecado com Arte)


Nada é a Morte.



Nada é a morte,
nada é malvadez,
sentimento morreu,
nada é insuportável.

Nada é destacável,
nada me pertence,
tudo podia ser nosso,
tudo podia ser aceitável.

Nada é desgostoso,
nada é tenebroso,
tudo pode ser magia,
tudo pode ser trágico.

Tudo é agradável,
tudo é perfeito,
tudo renasce,
tudo é possível,
quando se sonha à noite,
quando se esfuma o sonho,
quando falece a alma,
quando nada é a morte.

by mghorta   (Nada é Tudo)




Aviso.




Já não sou mais o menino bom,
mais pareço o lobo mau,
como de cedo se torce o pepino,
jamais serei direito ou erecto.
O que mais podia ser certo,
passei a duvidar de mim,
acredito e não minto,
que até mesmo caindo,
não deixo de montar o medo,
raivosamente amando,
mexo e remexo hoje,
porque o futuro me guarda,
morte feia e atroz,
dado que não deixo de ser,
cobaia dos sonhos inacabados.
Para os que me rodeiam,
cuidado com os caminhos,
tal como futuro incerto,
comboio descarrilando,
tal como eu já descarrilado,
dou vénia aos que a fundo brilham,
tal como gato em telhado de zinco,
patinando e caindo,
caio de pé diante dos inimigos.

by mghorta     (Aviso aos Inimigos)


A carta que nunca escrevi!

Não sei quem és desde o início, 
propriamente dito não te conheço,
por isso me penalizo,
castigo merecido.
Depositei em ti confiança,
não quiseste muito menos deixaste,
fico imaginando o que não disseste,
recordo o que te disse e escrevi.
Queria ser insecto,
poisar em tudo que é teu,
ouvir o que nunca ouvi,
ver o que nunca me mostraste,
saber o que pensas longe de mim,
ao menos saber se és minha amiga,
assim como eu sou teu amigo.
Certamente falas de mim nas minhas costas,
tens muito algo em ti que não mostras,
possivelmente já não gostas,
sempre te disse para seres frontal,
quem me dera e não te levaria a mal.
Surpreso por não te ter conhecido,
perdeu-se a confiança e relação não resiste,
por tal também o amor não existe,
mentiste, não me zanguei mas fiquei triste. 
Não tenho o direito de pedir algo em troca,
apenas quis a tua sinceridade,
seja crua ou nua,
por mais difícil que o seja,
quero apenas a verdade.
Será que me enganas, 
será por minha condição,
ou será que chamas ao o outro o que me chamas?
Será verdade quando dizes que me amas,
será apenas compaixão?
Será que tens medo,
ou apenas sou teu brinquedo?
Eu sou a merda que vês,
mas ao menos sabes a merda que sou,
sabe-lo bem aquilo que te dou,
não te prometi mais do que devia,
vivo a realidade e não a fantasia.
Poderás dizer que te magoei,
não foi essa minha intenção,
ver-te triste parte-me o coração,
reconheço minhas dores e limitações,
não é minha vontade te fazer sofrer,
mas ao menos podias me olhar quanto te peço perdão.
Se em todo este tempo não me conheceste,
então nunca me conhecerás,
perdoa-me quando desabafo,
desculpa-me pela minha má educação,
assim me expresso em excesso,
só praguejo quando stresso,
se um dia falarmos de novo será um progresso,
a chama que existiu em nós morre aos poucos,
porque terá que ser assim ou estamos loucos?
Fico ciente que nunca soubeste o quanto gostei de ti,
foi esta também a carta que nunca te escrevi...


by mghorta   Mamas à Solta



Silêncio e Pedra.



Silêncio e pedra, molho a alma qual o rio
Canoa e remo, misterioso igual tajã,
Temendo as chuvas, pesco aos olhos veraneios
De um céu inteiro, que reflecte o Camaquã

Andei no tempo igual as águas, nada mais
Por tempo sei que os meus silêncios pensadores
Igual a tantos que remando anoiteceram
Silêncio e pedra um tanto mais que pescadores

Alma e rio, dorme o cio de quem passou
Junto a barranca que me viu, silêncio e medo
Alma em cio, sabe o rio que em mim plantou
Água e vida que se escapam pelos dedos.

Silencio e pedra, molho a vida em meio ao rio
Remo e canoa, mais alerta que um tajã
Temendo os ventos, sonho aos olhos veraneios
De um mundo inteiro, que remei no Camaquã

Andei no tempo igual as águas, nada mais
Por tempo sei que os meus silêncios pensadores
Igual a tantos que remando anoiteceram
Silêncio e pedra um tanto mais que pescadores

Alma e rio, dorme o cio de quem passou
Junto a barranca que me viu, silêncio e medo
Alma em cio, sabe o rio que em mim plantou
Água e vida que se escapam pelos dedos.


Robledo Martins


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