Usei a escrita para me disfarçar
nela me metaforizar sentimentos
como quem tece vivências
como quem tece vivências
sobre recordações amareladas.
Usei a escrita para soprar poeiras
que insistiam em alojar-se no meu coração
perante olhares da rectaguarda
turvada pela ausência de emoções.
Usei a escrita para entender
decifrar o que me é inimaginável
mas, permito-me sempre dizer
que meu âmago mais que anunciado
das amarras sem reservas nem prosas.
Usei a escrita para alcançar
muitos quês e os porquês
os quantos possíveis para
colmatar saudades do meu coração
disfarçando nela as dores do passado.
Usei a escrita para dar vida
Usei a escrita para dar vida
aos sonhos anelos e fantasias
Reais ou ficção imaginárias sentidas
com realidade, um dia lá atrás roubadas.
Usei a escrita para mansamente
afastar os nevoeiros que me cobriam,
a luz acinzentada das noites insanas
onde teimosamente as madrugadas
me faziam recuar para o nunca de ontem.
Usei a escrita de uma certa forma
brindar à Vida que em mim veio
numa Primavera recente onde se
desabrocham as flores coloridas
no brotar das prosas deste meu verbo, amar.
Usei a escrita por fim sem saber
nem como ou o porquê
com um pouco digo muito
com tanto quase nada direi
e por tudo ou talvez nada
por factos irei mais escrever.
by mghorta
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