23 de junho de 2020

Marafados.

Ó tu, consolador dos marafados
Ó tu, benigno dom da mão direita
Das mágoas saborosas do erecto
Tranquilo esquecido dos cuidados...

Aos olhos meus, pranchando cansaço
Cansaço de velar teu voo, teu voo inclina
E vós, sonhos d'Amor trazei-me a Dulcineia
Dai-me a doce visão dos seus desleixes...

Filha das trevas, frouxa sonolência
dos gostos entre fervido transporte
Quanto me foi suave tua ausência...

Ahhh, findou para mim tão lerda sorte
Agora é só feliz minha existência
No mudo estado que arremessa a Morte.

(citando Bocage)

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