Que puta de sorte a minha,
quando pensava ter o pássaro na mão,
momentos depois ele bate asas e voou,
sentado choro esperando,
que as asas que o levou
o traga de novo ao poiso de minha mão.
Cabeceio as paredes,
grito alto e bom som,
que puta de sorte a minha.
Rio à gargalhada como que não houvesse amanha,
porque é uma incerteza o que a vida me reserva,
e quem disse que rir é o melhor remédio,
enganou-se inteiramente,
dado que meu estado de alma é dor,
vou sangrando por causa de desamor.
Vou correndo de passadas grandes,
pontapeando a calçada,
que puta de sorte a minha.
Dos fracos contam-se histórias,
de heróis estão os cemitérios cheios,
vou sorrindo de mansinho,
para que minha sorte volte devagarinho.
Remo forte em mar revoltado,
vejo longe o horizonte,
que puta de sorte a minha.
Não vale a pena sonhar,
porque deuses adormeceram,
mas vou lutando e rindo,
para que a puta da sorte a minha,
não esqueça que estou vivo e não dormir.
Esmurro secretárias,
berro bem alto a bom som,
que puta de sorte a minha.
by mghorta (mamas à solta)
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