Perguntaste-me se era feliz,
gritando aos ventos sonhando,
ainda que com tua voz meiga,
emudecida pela força da espera,
bradando com dor no peito,
pelo que desejas de mim,
ainda que de noite sonhas,
ficaste presa ao meu sentimento,
desesperada-me num momento,
e de lágrima embaciada na sombra.
Pergunto-te se és feliz,
fraseando acordes em tons de fogo,
raiados num arco-íris pelo sangue,
nem eu nem tu ouvimos,
tal é a cegueira do nosso coração,
tamanha surdez na nossa ingenuidade.
Acreditamos que a vida tem um final feliz,
sussurrando baixinho em sala sem luz,
não clamamos por um final diferente,
apenas queremos espaço para a felicidade,
nas tramas dos nossos corações,
ressuscitando a dignidade perdida,
por alguém que nos roubou no tempo.
Dir-te-ei no final
quando decifrarmos as cores dos nossos sonhos,
descobrindo o descolorido da verdade,
teimando se esconder por detrás de sorrisos,
diz-me porque choras Amor,
dir-te-ei que choras de Alegria.
by mghorta
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