3 de maio de 2016

Morreu!



Oh estado de morte, oh noite inimiga,
nesta escuridão muito eu suspiro!
Calado testemunho do meu respiro,
dos meus desgostos da vivência antiga!

Dos amores que somente eu os diga,
dei pio agasalho e mantos,
ouvi-os constantemente por encanto,
durmo cruel, fizeram-me delirar com briga.

E vós, oh cortesãs da escuridade,
fantasmas vagas, almas vingadoras,
inimigas tanto como eu da claridade!

Bandido acudi aos vossos clamores,
querendo a vossa medonha saciedade,
fartou meu coração viver vossos horrores.

by mghorta (citando Rimas do Bocage)


1 de maio de 2016

Nostalgia.


Olhando tuas fotos,
linda e meiga
de olhos brilhantes,
não sabendo por onde andas
fico por instantes a precisar de ti.

Na escuridão total
caminhas de salto alto
com andar solto e fatal,
mesmo que tão bela
iluminada como vela
matas devagar este mortal.

Na ausência de teus beijos,
esta nostalgia me mata
de saudades e desejos.

by mghorta




23 de abril de 2016

Ajoelho. ..


A ti me ajoelho e suplico,
te diluo nesse ritual secreto,
sei de ti quando te beijo,
conheço tuas dobras e bordas,
onde aconchegas meus sonhos
acomoda-te  nas minhas ancas
por nada de ti me defendo,
apenas mesmo a ti pertenço.

by mghorta (a ti me ajoelho)


Esse desdito Tempo!



Com o Tempo me apercebo que para ser feliz com alguém, é mesmo não ter que precisar dela.

Percebi também que aquela que pensei amar (julguei amar) e nada quer comigo, não é definitivamente o 'alguém' da minha Vida. 

Desdito Tempo ensina-me aprender a gostar de quem me cuide, principalmente que também me goste!

O segredo não é correr colhendo rosas, é também saber cuidar do jardim no emaranhado espinhoso.

No final de contas, saberei achar quem estava procurando, talvez a mesma que me estava querendo me encontrar através do Tempo! 

by mghorta


19 de abril de 2016

Tuas Mãos!


Não sei te tuas mãos me tocaram,
tanta leveza que nenhuma marca ficou,
tão leves que pela certeza foi sonho,
ou apenas sonhei que as queria na minha pele,
árido de tuas carícias,
ávido de tuas mãos,
não sei se foste tu que escreveste
salivando poemas no meu corpo nu,
poemas serpenteando como rios,
segredando e ao mesmo tempo molhando,
nunca tinhas dito antes estas palavras,
não sei se eram rios ou apenas sonhei,
deserto estava eu que tua saliva
não fossem só meras palavras,
tão ténue e tão breve,
fiquei sem saber se elas me tocaram
ou se apenas sonhei com tuas mãos.

by mghorta (mamasÀsolta)




Por Aqui ou por Acolá!


Por aqui ou por acolá
um Quebra-Cabeças perfeito,
é o meu tempo sem nada ter feito,
cada peça como puzzle encaixa a seu tempo
acertadamente ou erradamente. 

Quantidade de peças completa,
nem mais uma ou menos uma,
todas elas tem o seu acerto
tal e qual a devida Importância.

Nas curvas e contracurvas
da Vida vem os dias e noites,
a ultima peça vai (des)aparecer 
na hora que meu pé vá 
por aqui ou por acolá.

by mghorta


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