20 de dezembro de 2014

Sei lá quem sou !



Sei lá quem sou, eu sei lá bem!
Quem sou? Um parvo ou miragem...
Reflexos de espelho doente ou paisagem
Ou sou cenário de vida! Talvez um vaivém.

Talvez com sorte, hoje aqui amanha além!
Sei lá quem sou! Nu ou de roupagem
De um doido que está em romagem
Nunca mais voltarei ao erro, Sei lá quem Sou!

Sou verme que um dia quis ser dono...
Estátua sacralizada de alabastro,
Chagas sangrentas pecados no Senhor... 

Sei lá quem sou! Cumprindo meus passos
Num mundo vaidoso, maldoso e de pecados,
Sou mais mau, sou mais que em ti pecou,
Sei lá quem sou quando tu em mim pecas.

by mghorta (citando by mghorta)


Eu fui !



Brusco

Exigente

Desatento

Apressado

Intolerante

Incoerente

Impaciente

Incoexistente

Deselegante

Fui tudo isso !

Espero não ter deixado traumas.


by mghorta


19 de dezembro de 2014

Verdadeiros amigos.



Não importa quem,
não importa razões,
o importante é amizade,
mesmo a que não se vê.

Necessária amizade,
por pessoa ou alguém,
o que importa é ter,
não importa de quem.

Talvez nada seja feito,
até mesmo não se concretize,
apenas passe pelo papel,
fazendo sonhar quem precise.

Amizade caríssima,
verdadeira e com dever,
oportunidade dá tréguas,
para que continuemos a sorrir.

by mghorta

18 de dezembro de 2014

Momentos.


Se eu pudesse viver minha vida de novo,
talvez não cometesse os mesmos erros,
talvez até os cometesse novamente,
talvez não tentasse ser tão perfeito,
um pouco de sacanice também é salutar,
talvez ser mais tolo e relaxar mais,
não querer levar as coisas tão a sério,
talvez ser menos higiénico e correr mais riscos,
talvez não viajasse tanto e olharia mais entardeceres,
subiria os mesmos montes e nadar mais nos rios,
talvez faria outras viagens para lugares que meu coração opinasse,
comer mais doces e menos feijão na sopa,
talvez mais problemas palpáveis que imaginários,
fui uma pessoa que viveu o possível,
cada minuto, hora ou dia tal como se apresentava,
claro que tive alegrias, bem como tristezas,
mas se voltasse a retroceder no tempo,
talvez fosse só querer viver momentos.
Caso não eu percebesse,
quero frisar hoje e dizer que a vida é feita de momentos,
por tal não perca momentos e talvez seja mais feliz.
Viajei no tempo com o peso das memórias,
se eu pudesse viver novamente,
viajaria de momentos e mais leve.
Se eu pudesse viver novamente,
gostaria de novo andar descalço,
começar na Primavera e acabar no Outono,
daria mais voltas e contemplaria mais amanheceres,
e brincar muito mais e mais com as crianças,
se eu tivesse outra vida pela frente,
talvez tivesse mais momentos felizes,
mas...
tenho a idade que tenho e talvez o tempo me tire os momentos.

by mghorta

Olha-me nos olhos Amor !


Não desvies o olhar, olha-me nos olhos, segue-os pausadamente, irás te perder na profundidade de meu olhar, não o ignorarás nem vais querer deixar-te ir.
Arrasto-te olhando-te, o cristalino olhar te envolve ao ponto de me acompanhares e serei obrigado a te dizer, preciso de ti me olhando Amor.
Olhas mais fundo e sentirás minha alma falando somente com o olhar, ao me tocares entrarás em mim.
Profundamente,
Intensamente,
Como tu gostas,
Como eu desejo e gosto.
Olha-me como tu só o sabes fazer, suspiras e fechas os olhos agitada, teu corpo contorce-se em gemidos de prazer, sussurras baixinho; 
'não aguento mais...'
Quero ver-te, quero-te olhar, preciso que me olhes de novo.
Anda, olha-me nos olhos...

by mghorta 

Poderei morrer sem dizer tudo...




Não sou diferente dos mortais,
o silêncio me sufoca e amordaça,
calado vou estar, calado estou,
porque minha linguagem é outra,
palavras sentidas e contidas,
acumulam-se por ser o que sou,
sabendo quem tu és e não resolver,
ficam represas em folhas sem anexo,
como que em cisterna de águas mortas,
ácidas mágoas em limo se formam,
num fundo retorcido de raízes tortas.


Não sou diferente dos mortais,
que nem me esforço para as dizer,
palavras que não digam o que sei,
no retiro que nem todos conhecem,
no lamaçal de minha condição,
onde me arrasto como verme,
nos lodos onde bóiam animais mortos,
almas pecaminosas e medos,
tugidos como cachos emaranhados,
no negro poço onde tudo é vão,
onde a clemência vive sobram as mãos.


Não sou diferente dos mortais,
só direi crispa-mente escondido,
surdo e mudo recolhido,
da forma como me calo sem falar,
não poderei morrer sem dizer tudo...

by mghorta  (citando Saramago)


Não e Não...


Não gosto....

de não ter o queria, do que a vida não me dá, de não conseguir ser mais e mais, ser muito melhor do que Sou, de não ter mais e mais tempo, de não ser sempre feliz.

by mghorta 

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...