Pensar não dói, penso e repenso, gosto desta forma de fazer doer a alma, indo devagar e aos poucos invadindo até às entranhas, deixar que meu coração enlouqueça por momentos, devagar e devagarinho.
Pelos intervalos nem sequer pensar, sem recreio, sem pátio, não penso nem procuro qualquer pensamento, neste desespero, nesta demência, no delírio, nos desejos, criando planos para tentar chegar à meta, fazer-te na plenitude de uma certa forma dar largas ao meu ego de masculinidade.
No repensar vou sonhado estar contigo, possuir teu corpo, entranhar tua carne, ou apenas ser teu escravo secreto, teu amante, ser dominado, possuído pelos teus desejos, palmo a palmo descobrindo tuas curvas, deixar de pensar quem sou, ser somente teu. Abrir lentamente teu vestido, percebendo os arrepios de teu corpo pela suavidade de minhas mãos, desabotoar botão a botão até sentir o pulsar de teu coração. ..
Passear dedo a dedo tuas costas, contando a constelação de sinais um a um, esquadrinhar teu fecho de soutien com a língua sôfrega de tesão, aos poucos descobrindo os teus seios, degrau a degrau descobrindo as curvaturas do teu corpo, os segredos nele escondidos, até que meus lábios percebam a vastidão do teu universo corporal, sentir teus arrepios até à contração do prazer e finalmente sentir-me unicamente teu.
Por fim na selectividade dos momentos olhar tua silhueta totalmente nua, admirar todos os teus traços suados, deitar-me a teu lado e repousar minha cabeça nas dunas de teu peito, ver apenas a vastidão de teu corpo, toda a tua silhueta sem folga, sem espaços, só eu e tu envolvidos nus, num único abraço, enrolados sem espaço corporal, abraçados, deitados, colados com o silêncio do quarto simplesmente como amantes secretos que somos.
não desejar partilhar com outros. Por soberba decisão minha,
deplorável estado meu pensando
nos meus talentos doentios após
o estado em que fui acometido
por forças inalienáveis ao que
de uma certa forma não estava
preparado para finais dos meus tempos,
portanto a partilha não se impõe à consciência de outrem,
cabe-me a mim suportar este fardo.
Por ácida decisão minha, refuto quais queres talentos que sejam de uma forma impróprios para mim, não servem de exemplo para outros que de uma certa forma me admiram!
É assim minha a repulsa à grandeza disfarçada de fraquezas almejadas desde 27 Agosto 2003 até aos dias de hoje.