Por muito que queiramos dizer não, ele existe aqui ao nosso lado, a tristeza e a solidão de mãos dadas, por isso acordo com a sensação de um vazio tormentoso, não encontro forma de explicar isso, mas fica pairando no nada toda essa certeza.
Sim é capaz disso mesmo, faltar algo no ar!
Mas como poderei chegar a esta conclusão?
Será que em todos estes anos me está faltando algo?
Simplesmente não tenho formula de explicar a razão disso, assim apenas me resta aguentar o vazio desta minha solidão. Da mesmo forma que concluiu que me falta algo, seja ar ou vivência, fico atroz-mente com falta de ar.
A correria que levei em todos estes anos, fico com a conclusão que tudo foi vão, até os sorrisos que posso esboçar tem a tonalidade amarela, perdeu o colorido da vida. Complexidade do esquecer não é assim tão simples, mesmo que eu diga que tudo está bem, tudo é nulo e complexo.
Porque o coração não dói, não posso dizer com a plena certeza que estarei doente, tudo é complicado em demasia para explicar. Mera ilusão dizer que nada me falta, nada não é nada e a falta fala, tem uma linguagem universal, porque todos sentimos falta de algo e não poderemos excluir isso de nossas vidas, por isso teimo em dizer que me Falta Algo.
Acho que encontrei a razão destas linhas que teimosamente tento escrever de tempos a tempos, acho que sim, acho que é a tristeza que me invadiu por completo meu interior, meu ser está só e minha alma invadida por uma solidão enorme que me consome como braseiro quente ao género de Inferno.
Sinto-me ardendo, minhas entranhas com marcas e cicatrizes que nunca mais sumirão de mim, a dor e marcas ficarão para sempre eternizadas com minha solidão infernal. Minha carne fraca não sabe mais a leveza da alegria, mesmo que ela me bata à porta, não sei se serei capaz ou terei a sensibilidade de a recolher, é esta a dor que mais me atormenta e nem sequer tem explicação para tal decisão, ela vem como Tempestade arrebatadora que a minha condição humana se sente incapaz de a receber porque a solidão é de anormalidade tamanha.
Depois da tempestade vem a bonança, mas teimo em escrever no mais recôndito interior da minha alma, pensamentos, verdades, mentiras, histórias e sonhos. Uma forma que me escraviza neste inferno de solidão, criando momentos de reflexão e introspecção prevendo situações e coisas que nunca mais terão acontecimento.
Finalizando, o mundo gira lá fora, tem a sua mutação própria, palavras e actos ficam, ficaram e ficarão, de certa forma mostrando a imparcialidade das coisas ímpares que em breve serão coisas do passado, não por mim, não pelas teclas que teimo teclar, não pelo meu Dom solto, mas pelo Dom que todos temos e teimosamente queremos continuar, só que a solidão nos arrebata de certa forma que somos humanos fragilizados esquecidos num canto infernal.
by mghorta