6 de janeiro de 2017

Volta na Volta!

Faz tempo que foste embora sem deixar uma razão sequer para tal acto de cobardia, uma nota, um recado ou uma hora de volta.
Razões nunca explicaste, fiquei só, éramos uno e com tantas promessas pelo meio sem se cumprir, nunca devias ter partido sem mim, partiste mas teus rastos ficaram em mim.

Todos os dias folheio páginas para saber de ti, pareço uma criança esperando um sorriso, um carinho ou até mesmo um beijo de volta. Recordo a macieza de tuas mãos, serenas, lentas e sábias. Recordo teus sorrisos abertos de felicidade nas noites frias que me embalavam no silêncio da nossa vivência vivida. 

Foi contigo que reaprendi amar, aprendi quanto é seguro o teu abraço, eras como porto de abrigo para minha alma quando dentro de mim tinha mar revoltoso, eras como a esperança das searas verdes em tempos primaverais, teu cheiro a coco como relembrando as águas calmas nos momentos vividos junto aos riachos.

Lembro dos gestos  gentis e das primeiras palavras trocadas nas ocasiões pontuais, eram tão simples como nosso silêncio envolto em carinhos das nossas carências de afecto, e tudo isso recordo até que voltes. Tortura-me passar os locais vezes a pavio esperando que cruzes de novo por mim.

Hoje no silêncio destas quatro paredes, ouço gemidos e sinto teu suor frio de prazer, teus cheiros pairam no ar como que tua presença seja tão real, não durmo, descanso e apenas folheio páginas na ânsia que voltes. Nada mudou, tudo regressou ao seu lugar, tua volta para teu lugar e eu no meu calvário silencioso, és feliz! Parabéns, eu fico feliz sabendo que o és mesmo que não me escrevas uma simples nota de volta.

Mas neste entretanto as ervas cresceram de novo dentro de mim, deixaste de semear o carinho e o amor por mim. Pouco me importa, nada mais cresce ao meu lado sem ti, vou deixar florescer a selva dentro de mim, mas. ..

Mas fico sempre por aqui esperando uma volta de ti, nem que apenas uma nota, um sorriso ou até mesmo um olá em qualquer momento que possamos trocar de novo nos lugares por nós percorridos que fizeram a nossa história de amor.

by mghorta


29 de dezembro de 2016

Toque. ..


Mão solta,
Mão Vazia
espírito vago!
Sensação solitária de ser
permanente angustia de dor.
Um Toque. ..
Apenas um toque!
Vive-se por isto e por aquilo,
sem isso e sem saber que assim é,
muitos não o sabem,
muitos evitam saber.
Desamor acontece por falta de toque,
ódio se faz por falta de toque,
tanto se podia fazer com um simples toque.
Toque. ..
Toco-te. ..
Vivo na esperança que tenha chegado até ti
o meu singelo e simples Toque.

by mghorta


Esta Noite!


Madrugada, mais uma noite se passou sem te ler, sem olhar as estrelas.
Num céu longínquo tem uma alma com pensamento, em que tenho ligeiro atrevimento de o aprisionar cá dentro, mesmo que borratando meu rosto com dor e sofrimento, sem a firmeza de outros tempos, forçado a estar desacompanhado nesta solidão!
Querendo sorrir quando só quero gritar, esperando que me dês um abraço, vejo-me obrigado a olhar o teu desagrado.
Nesta noite só penso o que será melhor, viver ou morrer!
Entrementes chego ao ponto, que a habituação é coisa do coração e receber com agrado o que a vida nos tem dado, até já disse que não importa, tudo passa com disfarce, assim para não magoar mais alguém. ..
Já pouco importa se do que leio ou vejo é realidade!
Sem sonhar deixarei de um dia acreditar que tive felicidade.
Quão brutal e cruel esta vida, é triste, muito triste ter que acordar!

by mghorta


Sem Rumo!


Ver tem um quase demais
tem quase pouco de mim,
olhar percebe-se ao longe
mais próximo do horizonte
que o encanto levar ao fim.

Quem sabe se estontear?
Será com dor, espera!
Nas trevas não se opera
tal caminho da quimera
será a paz a pedir cautela.

Com o facto digo não ser boato,
meu interior sem dar erro
evadindo-me num breve andaço
com desamor tornado em pedaço
embalado, corroído sem apreço. 

Sem a tal emoção que arrebata
sem afeição tamanho desgosto.
Acorda! Sem Temor! Encara!
Tua amizade fugaz e passageira
sem rumo, sem rota, sem morada.

by mghorta 




27 de dezembro de 2016

Rótulos!

Que me importam os títulos ou rótulos,
durante este ano fui rotulado mil e uma vez,
não me incomoda se alguém não gosta de mim,
não vivo nem morrerei por causa disso.
Minha senda de viver segue aos altos e baixos,
vai de aquém ao além como EU quero.
Nem sempre estarei certo, errado por vezes,
sou feito de carne e osso mas não de matéria bruta,
muito louco e são, de afectos e desilusões!
Uns dias sim e outros não,

uns bons e outros nem tanto,
sou feito de feiuras e encantos,
portanto não me importa de que me rotulam.


by mghorta



Amantes!


Eles eram dois amantes completamente desconhecidos, todas as noites olhavam-se e amavam como que o mundo terminasse amanhã, no final de uma noite ela saiu, ele acabou por a deixar partir, ele deitado na cama tendo o silêncio e o vazio da sua ausência para sempre. ..

by mghorta (MamasàSolta)


Ai que Rico Vinho!


É coisa que consumo
tanto branco como tinto,
responsavelmente assumo
falo a verdade e não minto. 

Moderadamente não faz mal,
depois de fermentado
não tem outro igual
na boca até faz estalo.

Do bom até dá gozo beber 
seja branco ou tinto
à gente que não o quer esquecer
digo a verdade e não minto.

Rimados frente ao copo no momento,
Martinho Horta dava um bom autor
com o peso do grau no pensamento
nem é preciso ser doutor.

by mghorta  (Mamas À Solta)






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