Nasci do nada,
nada serei sem Amor,
apenas pedi para ser amado e fui desnaturado,
subnutrido e mal ouvido,
não profetizei se seria bom ou mau,
apenas quis ser o que tu desejarias que eu
fosse e tu o que eu quero, simplesmente amamos.
Minha cama é nossa,
pedes e eu divido nela o amor que cultivamos,
não restritos a detalhes,
não limitamos o sexo,
apenas surge no momento escolhido e oportuno,
e assim nasce o que podemos dizer nova vida novo ser,
como que prenhe de nove meses.
Não se dá a certeza,
mas juntos podemos amamentar
esse ser amado como criança,
alimentando-o até ao fim,
mesmo que ele se adivinhe ao virar
da página de uma nova vida,
novo destino ou rumo das marés que a vida no dá,
umas vezes em alta e outras em baixa.
Hoje poderás gemer de dor,
mas já gememos o mesmo Amor para que ele...
o Amor fosse vivo,
alegre e querido e lambendo o mesmo esperma,
o que deu vida a tão lindo Amor.
Tu és pelo nosso Amor e não pelo esperma,
nasceste na espontaneidade e não por obrigação,
nossa relação é parte integrante da nossa condição,
amantes eternos e não sofredores momentosos.
Entrei em ti,
e tu entras-te em mim,
num vai e vem alegre,
num escorrega e húmido prazer,
risos e gemidos, soluçar e roçar,
foram estes movimentos que deu nova vida,
novo ser a nove meses como que um novo começo nascesse.
Nesse espaço vazio,
deixei de escrever,
somente podia resumir os sentimentos
prazenteiros e gostosos de momentos
húmidos e languidez da nossa tesão
como que de um ser se tratasse.
E assim não foi esperma o motivo da nova vida,
mas sim o AMOR.