Depressa deixei de brincar, no entanto brinquei com brinquedos que não usei, segredos que guardei, fui o pico preferido de alguns, renascido por acidente, amor atordoado e renovado, conversas sérias que passei a anedotas, que faço esforço para as recordar.
Sou saudade de momentos, infância que me esqueci, dores por nada ter dado certo, dedos cerrados por não ter lido mais livros, o que li esforço faço para não lembrar.
Sou abraços inesperados, forças dadas nos momentos exactos, sensibilidade dada a quem grita, carinhos per-mutantes a amantes, restos que se juntam, orgasmos, galhofas, beijos, eu sou o desnudo completo e uso.
Sou raiva, sou ódio, impotência por não ter usufruído o que prefiro, desapontamento por outros terem lido o que não li.
Direitos tenho, deveres também, estradas caminho e percorro trajectos aos zig-zags para que atrás não me vejam o que faço ou escondo.
Sendo assim, venha a mim teu corpo, teu ser, tua sensualidade e teus orgasmos, suspira, geme, dá gritos de alegria, olham-me como teu e não estranhamente.
Em sorrisos e abraços, estreito a harmonia para que sintas gente; ''O tempo passa, e com ele tudo muda, tem coisa que ficam e outras renascem, outras se fazem e outras proliferam. As mágoas se escondem e as alegrias transparecem, a dor morre e o sorriso renasce. Tudo isso é o propósito da vida, tudo que nasce morre, tudo ao pó volta.''
Cada dia é um novo nascer, cada dia dá nova oportunidade, nova esperança, morte de vícios e de tudo que nos faz mal, um poder de reencontrar novo caminho, caminho não trilhado.
Todo esse poder está em mim, em ti e em nossos futuros, basta acreditar que tudo que nasce morre e cada situação é nova, é assim que eu me vejo e revejo, desejo para sentir tudo que até agora me fez homem, risos, alegrias, mulheres, sexo, orgasmos e deleites sem fim.
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