Esbarro-me na incerteza que me provoca angustia, meu velho coração tocado e melancólico trilha poeiras como que estivesse em estradas empoeiradas, nas capelas do dia a dia que abrigam bêbados e fulanos, presentes são coices de cavalo.
Formando castelos em arreias movediças, tão frágeis que abrigam pessoas e setas.
Preferindo querer que o céu me guie, dado que por estes trilhos só vejo turvos e pedras aguçadas como querendo me apunhalar de morte.
Dado a imensidão do céu, certamente não iria tropeçar nas estrelas, porém tenho andado sobre trilhos, os mesmos que sonhando na opaca infância de menino.
Adormecido no tempo, despontou a escrita em mim, nas flores procurei poesia, nas amizades recorri aos versos, no vinho os textos com anexo e desanexo, como que exilado num ajardinado espaço sem beija-flores.
Com a frieza do infortúnio vou querendo aquecer sonhos, barrado nas veredas da ternura, da fé e do carinho escasso, como que dizendo o ditado: 'não há pão nem paz'.
Morando em mim as quatro estações, nelas surgem os que querem me ver e os que outonal-mente espreitam-me através da fechadura aguardando o momento para a quedas das folhas, na sequência da frieza do Inverno, esbarrando-me em piratas ébrios como que navegasse em navio sem timoneiro, é como me sinto.
Sem dramas vou acreditando na esperança, nela o Amor que poderá surgir em pleno, logo que se vá avistando a Primavera na poesia escrita.
A minha história medíocre, sem anilar e apelar vou alinhavando Paz, sorrisos e respeito, semeando admiração pelos demais, formatando sonhos de Amor.
by mghorta