Silêncio e pedra, molho a alma qual o rio
Canoa e remo, misterioso igual tajã,
Temendo as chuvas, pesco aos olhos veraneios
De um céu inteiro, que reflecte o Camaquã
Andei no tempo igual as águas, nada mais
Por tempo sei que os meus silêncios pensadores
Igual a tantos que remando anoiteceram
Silêncio e pedra um tanto mais que pescadores
Alma e rio, dorme o cio de quem passou
Junto a barranca que me viu, silêncio e medo
Alma em cio, sabe o rio que em mim plantou
Água e vida que se escapam pelos dedos.
Silencio e pedra, molho a vida em meio ao rio
Remo e canoa, mais alerta que um tajã
Temendo os ventos, sonho aos olhos veraneios
De um mundo inteiro, que remei no Camaquã
Andei no tempo igual as águas, nada mais
Por tempo sei que os meus silêncios pensadores
Igual a tantos que remando anoiteceram
Silêncio e pedra um tanto mais que pescadores
Alma e rio, dorme o cio de quem passou
Junto a barranca que me viu, silêncio e medo
Alma em cio, sabe o rio que em mim plantou
Água e vida que se escapam pelos dedos.
Robledo Martins