15 de janeiro de 2015

Vagabundo.


Ao tomar vinho
fico forte e corajoso,
rapidamente mudo de ideias,
esqueço compromissos,
os sinos tocam mudos.

Por ironia do destino,
vivo secretamente em duelo,
com a paixão de um garoto,
cheirando flores silvestres,
olhando folhas na floresta.

Cumplicidade de informações,
as palavras me fogem do papel,
olho para trás com ternura,
querendo ser jovem para diversão,
história a minha com tramas no coração.

Sou um vagabundo,
mudo como a Lua,
com pensamentos estranhos,
sonhos de poeta,
com cara de pateta,
esperando um milagre,
na pausa do medo venenoso.

Olhas-me sem me veres,
sentes meu cheiro ébrio,
vago feito espantalho.
pelas calçadas solitárias,
tenho saudades dos  momentos,
em estradas que não vivi.

by mghorta 


Aprendi a Perder.


Fui acostumado a ganhar,
mas aprendi a perder algo,
aprendi a perder um pouco a alma,
cada dia ou anos havia de sofrer,
eu que fui acostumado a ganhar,
aprendi a perder-te sofrendo.

by mghorta


Chuvadas...



Quando a chuva cai,
mata toda a sede,
em ti espero Amor,
que acabes toda a minha sede.

Em todo o coração,
falta chuvadas de Amor,
nunca me faças isso,
não quero morrer de coração.

Manda-me chuvadas carinhosas,
à noite, de dia ou de madrugada,
afoga-me com elas sempre,
castiga-me severamente de Amor.

by mghorta


14 de janeiro de 2015

Mulher.



Quantas peles te vestem,
quantas vidas tem a tua vida,
quantas vezes morreste e foste renascida,
pela força do teu ser...

Ninguém te conhece ao certo,
só tu sabes quem és,
p mundo que não te entende,
adormece aos teus pés...

Vives num tempo que é teu,
emprestas ao dia as horas,
às noites dás os minutos,
embrulhado nas auroras...

Quanto de ti é pecado,
quanto de ti é salvação,
entre Deus e o diabo,
vive o teu coração...

Agasalhas no teu peito,
a verdade e a esperança,
que te escorrem pelas mãos,
e ferem como uma lança...

Amas o que é difícil de amar,
porque só tu conheces o Amor,
ele alegra-se em teu corpo,
e na tua alma chora de dor...

(Ártemis)


13 de janeiro de 2015

Preso ao Passado.



No relógio já cansado,
dos ponteiros tanto rodar,
tem dentro de mim um mundo,
com tamanha saudade,
uma nostalgia latente,
que me percorre vagarosa,
vagarosamente... mente,
distorcendo no tempo
que me vai prendendo,
ao passado como corrente.

by mghorta


Sentado...


Sentado e com desalento,
enraivecido com o silêncio
de um relógio partido,
tinha por companhia o tempo,
estava eu como velho sentado...
recordando fragmentos do passado.

Na rádio tocava melodias velhas,
e um jovem falava de solidão,
que sabia ele de música,
quanto mais de estar só e sentado,
cabisbaixo como querendo alguém.

Passava gente pela calçada
olhando de lado com desdém,
sabendo eu que todos me fogem,
não sabendo a razão da minha solidão.

Com o passar dos dias vou
sentindo que sou um perdedor,
já não consigo enxergar
o que tem ou não valor.

Meu caminho parece estar findo,
sentado e com desalento
por companhia o silêncio no tempo.

by mghorta


Mulher Sozinha.



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