20 de novembro de 2015

Tua Mão!


Tua mão, sim tua mão, coloca-a em mim redesenhando desenhos como rotas marítimas, oscilando-a como escrevesses poesia tal como as ondas subindo e descendo na minha carne ansiosa de tua mão.
Tua mão desconjuntando certezas de momentos, desencontros e tristezas dos que não tiveram lugar.
Tua mão tão própria em qualquer lugar no meu corpo, assim como deixando opção de não caber em mim como que se desfazendo de saudades.
Tua mão tão própria desarticulando horizontes, inventando trajectos e pousando tacitamente em todo o lugar.
Tua mão tão certa, segura, como ladrão invadindo solo (corpo) pilhando e desconcertada-mente ocupando espaços. .. 
Tua mão serena, submissa, atrevida, ávida, curiosa, obstinada no meu corpo como querendo colo em qualquer lugar, espaço até momentos como querendo descrevendo histórias. ..
Tua mão surda, muda e intencionalmente sem futuro, cedo ou tarde talvez amanhã eu preciso efetivamente de tua mão.

by mghorta


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