16 de janeiro de 2015

Cicatrizes...

... sou eu no rosto e no coração,
meu quadro é uma borrada,
por mais que eu tentasse driblar a vida,
ela me brindou de uma forma que nem mortal,
podia ser poema, poesia ou texto,
mas na verdade sou um ser víral...

Na sensibilidade de mortais,
fico oco, vazio e duro,
não quero que me vejas na dor,
mas procura-me na Primavera,
pois nela está a satisfação e gozo,
mesmo que isso seja mural e paisagem...

Há um pássaro em mim,
ansioso de partir,
entre álcool e festas,
inalo fumo de outros,
como sonhos esfumados,
nem mulheres de vida,
nem merceeiros de bares,
me seguram em sonhos...

Minhas cicatrizes nuas,
marcados pelos anseios ferozes,
nunca saberão a ira e furor,
que meu pássaro ferido chora...

Sou duro para com ele,
nas dunas da vida fazem viragem,
porque momentos vividos,
sobejam e dobram os sinos,
para que de novo na Sé sem miragem,
os corpos se encontrem dobrados...

Meu pássaro escondido,
não me arruínes nem me mates,
porque na esquina das coxas,
tens algo que desejas e te espera ansiosa,
relembrando os segundos e horas de gozo nas dobras...

Meu pássaro escondido,
não chores nem lamentes,
acredita que tem mentes,
que além de profanas e desalentas,
te desejam e ferozes te acalentam...

Cicatrizes minhas e profanas,
poetiza em silêncio porque a dor se vai,
não me gozes, antes...
acalenta meu ego e sara minhas cicatrizes!


by mghorta   (citando by mghorta)


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