28 de setembro de 2018

Maldito Outono.

Fui acometido de uma loucura de escrever algo sobre mim, e aqui me dou teclando no vazio do quarto como que as palavras apresentassem-se soltas pelas paredes ou tecto, mas na verdade nada aconteceu disso e fui vasculhar o passado recente.
Nele só encontro tristezas , decepções, ralhos, insultos, desconfianças, incertezas, desamor e mais outras tantas coisas que poderia mencionar, mas não vale a pena.
Chego à conclusão de que amar o impossível é questão do sobrenatural, coisa que minha condição de mortal não está alcançar, por tal e olhando o futuro sem sorrisos, sem luz lá no fundo, creio que só me resta de novo maldizer o Outono, porque é nele que surgem as maiores contradições de meu estado vivo, aquele que eu um dia apregoei aos céus que era a criatura mais feliz do mundo por ter encontrado alguém que me soubesse aceitar tal como sou.
Não sou sobrenatural, nem normal, porque tenho as minhas vertentes boas e más, desejo o que não quero e jogo fora o que quero, pretendo o impossível e desisto do possível, sou cheio de contradições e tumultos vivos, sou de facto um Temporal Vivo, enfim como se diz; 'sou mortal e humano, e errar é...'
É por isso que escrevo estas linhas, errei e não pretendo reparar, quero que tu que lês estas linhas te interiorizes e partas, foi bom nos conhecer-mos, foi bom os momentos que tivemos, mas creio que só temos em nós desencontros, desamor e que aconteceu não passou de lufada de paixão que não dá para continuação, apenas nos levará ao destruir de uma bela amizade, nada mais que isso, uma bela amizade.
Poderás dizer, 'e eu não conto, que será de mim?'.
O mesmo eu posso suscitar, mas como todas as coisas 'tem um começo, também tem um término'.
No entanto não posso deixar de salientar, foi bom sim, maravilhoso, acreditei, tive esperança, adoças-te minha condição, melhoraste meu estado de vivo, mas de uma vez por todas, segue teu caminho que eu ficarei de novo sozinho.
Obrigado por me teres dado amor, mas...
Não dá mesmo, fomos criados de formas diferentes, uma num berço de ouro e outro na rua, temos gostos de que são opostos, tu na alta e eu na baixa, luxos e miséria, alegria e tristeza, basta olhar para a minha condição de 'coxo', porque sei que foi nela que tu deste mais atenção, olhavas pata mim e dizias; 'coitadinho'.
É desta forma que o coitadinho corta de vez, quero de uma vez por todas que não mais me dirijas palavras amorosas, basta que fiquem as recordações, bastam as saudades soltas, chegam as promessas de um futuro risonho, porque na realidade pretendo somente ter a tua amizade.
Vem Inverno, molha e assola-me com teus frios e medos.

by mghorta



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